Publicado em 23 set 2025 • por Alexsandro de Oliveira Nogueira •
O pátio da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) foi palco, nesta terça-feira (23), de um encontro marcado por reflexões sobre saúde mental. A iniciativa, alusiva ao “Setembro Amarelo”, reuniu servidores e convidados com o objetivo de conscientizar sobre a importância do cuidado com a vida e com o próximo em meio à rotina de trabalho e aos desafios pessoais.
Na abertura, o secretário-adjunto de Infraestrutura e Logística, Luiz Octávio Schiarello, destacou a necessidade de enxergar o servidor além de sua função. “Hoje, mais do que apenas um encontro, este é um momento de reflexão e de cuidado. O Setembro Amarelo nos convida a olhar com mais atenção para nós mesmos e para aqueles que caminham ao nosso lado. Todos nós enfrentamos desafios, sejam eles pessoais, profissionais ou emocionais. E por isso, é fundamental lembrar: você importa. A sua vida tem valor. O seu trabalho faz diferença. E você não está sozinho.”
Secretário Adjunto Luiz Octávio
O evento contou ainda com a participação do pastor e teólogo Marcos Ítalo, que reforçou a importância da espiritualidade como suporte nos momentos de maior vulnerabilidade.
“A fé tem um papel fundamental em nossa jornada. Quando o coração está pesado, lembrar que não estamos sozinhos nos dá forças para seguir. O Setembro Amarelo é um convite para que possamos estender a mão uns aos outros, acolher e escutar com atenção.”
Pastor Marcos Ítalo
Já a médica psiquiatra Cristina Michiko Harada trouxe uma abordagem técnica e esclarecedora sobre os desafios relacionados à saúde mental.
“A divulgação de conteúdo técnico sobre diagnóstico e prevenção de depressão e suicídio, além de outras doenças mentais, ajuda a quebrar o estigma e o preconceito que ainda pairam sobre o tema, na população em geral. Os servidores públicos, independentemente de suas funções específicas, são formadores de opinião e divulgadores de conhecimento. Portanto, representam um público especial a ser esclarecido para retransmitir conhecimento de qualidade ao restante da sociedade. Além do quê, não deixam de ser um segmento profissional afetado pelo estresse e pelo esgotamento; então podem se beneficiar diretamente deste tipo de evento informativo.”
Psiquiatra Cristina Michiko Harada
Entre os participantes, a engenheira civil Fernanda Fidelis de Sousa Lino, de 32 anos, que atua como fiscal de obras de infraestrutura na Agesul há 18 meses, também avaliou positivamente a iniciativa.
“Esse tipo de evento é importante porque informa e também une os servidores. Muitas vezes a gente tem uma visão limitada sobre a depressão e o suicídio, e hoje aprendemos que existem diferentes formas em que a doença pode se manifestar. Esse conhecimento ajuda a estar mais atento e a valorizar a prevenção.”
A assistente social Roseli Ortega, que atua como Coordenadora da Divisão de Apoio ao Servidor da Agesul e da Seilog e foi responsável pela organização do encontro, ressaltou a relevância da iniciativa. “Este evento é uma oportunidade para olharmos uns pelos outros, para promovermos um ambiente de trabalho mais saudável e humano. Falar sobre saúde mental não deve ser tabu. Precisamos abrir espaço para o diálogo, para a escuta e para o cuidado mútuo.”
A manhã foi marcada por depoimentos emocionantes e pela certeza de que o cuidado com a vida precisa estar no centro das relações pessoais e profissionais. O evento reforçou que a saúde mental não é apenas uma pauta de setembro, mas um compromisso contínuo com a valorização da vida.
A origem do Setembro Amarelo
Esta foi a primeira vez que a Seilog e a Agesul realizaram um evento com essa abordagem, evidenciando a preocupação da gestão com o bem-estar dos servidores e a importância de tratar a saúde mental como prioridade no ambiente de trabalho.
Vale lembrar que a campanha “Setembro Amarelo” surgiu em meados de 1994, nos Estados Unidos, a partir da mobilização e do apelo de pais e amigos de Mike Emme, um jovem que atentou contra a própria vida e que tinha como paixão um veículo Mustang amarelo. No sepultamento, os amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”, gesto que inspirou o programa de prevenção ao suicídio Yellow Ribbon.
No Brasil, a campanha foi lançada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), transformando setembro no mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio.
Alexsandro Nogueira – comunicação Seilog