Campo Grande (MS) – Com cinco mil quilômetros de estradas vicinais implantadas, encascalhadas e em conservação, o Governo do Estado garante trafegabilidade na malha viária para suportar o fluxo de caminhões no período de escoamento da supersafra de soja, que já se iniciou em algumas regiões. Os investimentos em infraestrutura rodoviária, que incluem construção e reforma de pontes de concreto e madeira, somam mais de R$ 1,5 bilhão em três anos.
A informação foi dada pelo secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, assegurando que nestes três anos de administração foi feito um trabalho sistemático de manutenção das rodovias estaduais pavimentadas e de revestimento primário, priorizando os corredores de produção de grãos e carne. Os recursos do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário (Fundersul) foram destinados integralmente ao setor logístico.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Mauricio Saito, destacou que as ações do governo nos últimos anos foram benéficas para o crescimento do agronegócio do Estado, considerando que mais de 98% da produção de grãos é escoada por rodovias. Dentre as iniciativas, citou a construção de 94 pontes de concreto e a consequente melhoria das condições de centenas de quilômetros de estradas recuperadas na atual gestão.
“São provas inequívocas do reconhecimento, por parte do Governo do Estado, ao trabalho do setor produtivo”, disse Saito.
Investimentos em 2018
Do total de 94 pontes de concreto projetadas pelo governo estadual em 39 municípios, 50 foram entregues pelo governador Reinaldo Azambuja, das quais 35 atenderam áreas de risco definidas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), totalizando investimentos de R$ 104 milhões em recursos próprios. A Agesul executa atualmente a construção de mais 16 pontes e outras 15 estão em processo de licitação e oito em fase de projeto.
“A estruturação dos eixos rodoviários e a perenidade das pontes de concreto são fatores determinantes para induzir o desenvolvimento e a integração regional”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja. Ele anunciou a aplicação de R$ 254 milhões em infraestrutura viária em 2018. O dinheiro será captado junto à Caixa Econômica Federal, cuja operação de crédito foi aprovada no final do ano passado pela Assembleia Legislativa.
Manutenção permanente
Rodoviárias estratégicas, como as MS-156 (Caarapó-Amambai), MS-165 (Sul Fronteira) e MS-460 (Água Fria, em Maracaju), foram pavimentadas. De 2015 a 2017, a Agesul executou 326 km de pavimentação e restauração de rodovias, com investimentos de R$ 226 milhões, incluindo acessos a núcleos industriais, dentre os quais o de Dourados. Estão em obras o asfaltamento de 133 km e outros 311 km em restauração, com recursos próprios (R$ 360 milhões).
No ano passado, o Estado aplicou cerca de R$ 150 milhões do Fundersul em conservação e manutenção das estradas não pavimentadas e recuperou 510 km de vias e dezenas de pontes que se encontravam intransitáveis, beneficiando toda a cadeia produtiva. Uma das regiões contempladas é o Pantanal, onde o Estado implanta cascalho e drenagem em trechos alagados e arenosos das MS-423, MS-228, MS-184, MS-419, MS-195, MS-382 e MS-243.
“A nossa malha rodoviária sem asfalto é de 8.500 quilômetros, de forma que nos demais trechos, ou seja, três mil quilômetros, as patrulhas mecanizadas da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) estão trabalhando, juntamente com as prefeituras e com os produtores, para recuperar pontos críticos e realizar reparos necessários ao escoamento da safra”, detalhou o secretário de infraestrutura.
Logística, crédito e pesquisa
Miglioli lembrou que o forte volume de chuvas verificado neste ano prejudica a malha rodoviária, seja por conta de precipitações pluviométricas concentradas, seja porque, diante da falta de curvas de níveis na maioria das propriedades, a água desce para o leito da estrada e causa erosão. A Secretaria de Infraestrutura está atenta, monitorando a malha rodoviária para evitar que a retirada da soja nas propriedades seja comprometida.
“Temos experiência e tradição de grandes safras, o Governo do Estado está ao lado da classe produtora e vamos atuar juntos para que tudo que foi plantado e colhido seja escoado”, finalizou o secretário.
O governo estadual tem contribuído e atuado em pontos fundamentais para garantir supersafras de grãos com aquilo que o produtor mais precisa, que é facilitar o transporte com menor custo e dar-lhe alicerce e garantias de crédito e conhecimento científico para que seja eficiente e produza cada vez mais, na avaliação d secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel, ex-presidente do Sistema Famasul.
“Não temos medido esforços no sentido de garantir trafegabilidade nas estradas estaduais e abrir novos caminhos para escoar essa produção, explorando outros meios em potencial, como as hidrovias”, pontuou. Riedel citou a reativação, em 2016, pelo Estado, do terminal portuário de Porto Murtinho, no extremo sudoeste, estratégico como porta de saída das exportações, sobretudo de grãos, como destino aos mercados latinos, europeus e asiáticos.
Safra: novo recorde
A colheita da soja em Mato Grosso do Sul ainda está no seu início, com previsão de ganhar maior volume a partir deste mês e finalizando em abril. Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a safra poderá ter um incremento de 1,5%, chegando a 8,701 milhões de toneladas. A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) estima que a produção será semelhante a safra recorde do ano passado.
Texto: Sílvio Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Edemir Rodrigues e Chico Ribeiro