Publicado em 05 jun 2025 • por Alexsandro de Oliveira Nogueira •
Mato Grosso do Sul vive um momento de transformação estrutural e econômica. A avaliação é do secretário de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara de Carvalho, em entrevista concedida ao podcast ‘Na Íntegra’, exibido nesta semana pelo site de notícias Campo Grande News. Segundo ele, o Estado vive um momento sem precedentes, com obras estruturantes que estão ajudando a delinear o mapa do desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o secretário, um dos pilares dessa transformação é a Rota Bioceânica, corredor logístico internacional que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico via Paraguai, Argentina e Chile. A obra federal, conduzida pelo Ministério dos Transportes, afeta diretamente o Estado, exigindo do governo MS contrapartidas logísticas para absorver e amplificar os efeitos da nova rota de exportação.
“É um projeto que insere Mato Grosso do Sul no comércio internacional. Nossa responsabilidade é preparar o Estado para ser protagonista e competitivo nesse novo eixo logístico”, afirmou Alcântara.
Neste contexto, o Estado se adiantou e firmou um arrojado programa de concessões rodoviárias com modelo de pedágio “free flow“, que elimina praças físicas. Serão 870 km concedidos, com investimentos de R$ 8 bilhões. Além disso, a repactuação da BR-163, primeira do tipo no País, prevê a duplicação de 205 km e a construção de terceiras faixas, garantindo fluidez ao tráfego de cargas.
Outro eixo estratégico abordado por Guilherme é a “Rota da Celulose”, impulsionada por grandes empresas como a Arauco e futuramente a Bracell. A nova planta da Arauco, em Inocência, prevista para 2027, está a transformar o mapa de infraestrutura regional, exigindo do Estado novas estradas, como a pavimentação da MS-320, e a implantação de 17 aeródromos para transporte de pessoal e executivos.
Alcântara detalha ainda a expansão da malha ferroviária, com planos federais para ‘rebitolar’ a linha de Campo Grande a Três Lagoas. O objetivo é torná-la compatível com o padrão paulista, viabilizando o transporte ferroviário de celulose, atualmente prejudicado pela lentidão e necessidade de transbordo. Investimentos também contemplam a hidrovia Paraguai-Paraná, ampliando as opções de escoamento da produção.
“Estamos trabalhando para que todas as formas de transporte tanto rodoviário, ferroviário e hidroviário, sejam conectadas, criando um sistema logístico integrado e mais eficiente,” destacou.
O impacto não se limita aos polos industriais. Cidades vizinhas ao cultivo de eucalipto, como Paraíso das Águas, Água Clara e Paranaíba, serão beneficiadas com novas rodovias e manutenção de estradas vicinais, fundamentais para o transporte de matéria-prima. A integração entre silvicultura e pecuária tem sido feita com atenção à sustentabilidade e servirá como modelo nacional, segundo Alcântara.
O secretário destacou a prioridade do governo estadual na pavimentação urbana, via programa MS Ativo, com foco em drenagem e infraestrutura nos municípios. Com apoio do BNDES e do Banco Mundial, serão restaurados mais de 2 mil km de rodovias. “A dor do crescimento é real, mas significa que estamos a criar oportunidades”, concluiu.
Alexsandro Nogueira – Assessoria de imprensa Seilog/Agesul
Foto: Chico Ribeiro